CONHEÇA AS DIFERENÇAS ENTRE PRODUTO NATURAL, ORGÂNICO, VEGANO E CRUELTY-FREE

Quando falamos de produtos de beleza e maquiagem naturais, uma série de nomes nos vêm à cabeça: orgânico, cruelty-free, vegano, artesanal, natural... 



Aqui no Brasil não há uma legislação que regulamente a produção de cosméticos naturais e orgânicos, e nem que defina o que é, de forma clara e inequívoca, cada um. As empresas também não são obrigadas a fazer as certificações para comprovar que seus produtos são de fato orgânicos ou naturais. Por isso, é muito comum nos depararmos com marcas da indústria convencional que se aproveitam do termo “natural” quando, na verdade, oferecem uma formulação com apenas 1% de insumos naturais, por exemplo. Ou que declaram que não testam produtos em animais, mas terceirizam os testes. 
Aqui vamos desmistificar cada um destes termos, conhecer as diferenças e entender como podemos ter certeza se o que estamos comprando é realmente o que a propaganda diz. 

PRODUTOS NATURAIS
Como regra geral, são chamadas “naturais” as fórmulas que contenham 95% de ingredientes naturais e 5% de ingredientes orgânicos. Essas fórmulas também não podem conter uma lista de elementos proibidos, como parabenos, sulfatos e fragrâncias artificiais, triclosan, por exemplo. 
Ao adquirir uma fórmula natural, evitamos que uma série de elementos químicos prejudiciais e não recicláveis chegue até o meio ambiente. Um exemplo são os esfoliantes que contém microesferas de plástico, que poluem as águas. Esfoliantes com fórmulas naturais usam substituições biodegradáveis ou naturais, como sementes trituradas ou micro cristais de quartzo. 
Uma fórmula que prioriza insumos naturais também tem menos chance de provocar reações alérgicas ou sensibilidade. A indústria convencional, normalmente, utiliza aromas artificiais, enquanto um item natural prioriza óleos essenciais, por exemplo. Os riscos de alergias, reações e outros problemas a longo prazo, das versões naturais, logo, são menores. 
No entanto, no Brasil, a legislação em torno deste termo não é totalmente regulada, o que significa que uma empresa pode dizer que seu produto tem “ativos naturais” mesmo que isso represente apenas 1% do produto. Para não cair em armadilhas, a dica é ler os rótulos e identificar as marcas que usam o termo de forma fraudulenta. O truque aqui é ver se os ingredientes naturais são os primeiros ou os últimos da lista de ingredientes do produto, pois esta lista é ordenada pela quantidade do ingrediente presente naquele produto. Outro modo é procurar pelos selos de certificação, como o IBD ou o Ecocert. 
Estes selos são emitidos por certificadoras independentes, que usam parâmetros de alta qualidade. Para recebe-los, os produtos têm que possuir comprovadamente pelo menos 95% de ingredientes naturais e não conterem as matérias-primas proibidas. 


PRODUTOS ORGÂNICOS
Os produtos classificados como orgânicos guardam as mesmas vantagens dos produtos naturais, mas vão além. De acordo com as certificadoras, um cosmético orgânico é aquele que possui, no mínimo, 95% de matérias-primas orgânicas (sem químicas, como agrotóxicos, antes e durante o cultivo) em relação à quantidade total de matérias-primas utilizadas na formulação. 
Produtos com uma quantidade menor de ativos orgânicos, entre 70% e 94%, podem apresentar no rótulo a indicação “produzida com ingredientes orgânicos”, especificando a porcentagem de cada um. Aqui vale a mesma regra que se aplica aos produtos naturais: ler os rótulos e procurar pelos selos das certificadoras.  Além disso, a produção orgânica prioriza uma cadeia produtiva com comércio justo, usualmente fruto de uma agricultura local/familiar e sustentável. 

PRODUTOS VEGANOS 
Quando falamos sobre cosméticos e produto de beleza veganos, estamos falando daqueles que não possuem em sua formulação nenhum ingrediente de origem animal, como a cera de abelha (bee wax), o couro, a lã, o leite, a lanolina (sebo), a queratina - ativos muito presentes em hidratantes labiais, condicionadores e hidratantes. Este produto também não pode ter sido testado em animais. 
Apesar de haver muitas opções de cosméticos que são naturais, orgânicos e veganos, um cosmético vegano, não obrigatoriamente, é também natural ou orgânico. Por exemplo, se um cosmético conta com ingredientes como mel, cera de abelha ou gelatina em sua composição, ele não é vegano – apesar de possuir matérias-primas naturais na fórmula. Produtos veganos, inclusive, podem ser também sintéticos – o que, de uma diferente maneira, também pode ser prejudicial ao meio ambiente. 
Para escolher, é importante ter em mente porque você quer usar este tipo de produto, e pesar quais impactos você considera aceitáveis ou não, e ler os rótulos e selos que estão na embalagem. 

PRODUTOS CRUELTY-FREE
Esse é o termo usado para definir produtos que não foram testados em animais. Um produto cruelty-free (livre de crueldade) não necessariamente é vegano, pois apesar de não ter sido testado em animais, ele pode conter ingredientes de origem animal, como cera de abelha, leite ou lanolina, dentre outros. 
Com o crescente número de pessoas envolvidas com a causa animal, muitas marcas tem procurado se adaptar a esta demanda e aderido ao selo cruelty-free. No entanto, algumas marcas terceirizam os testes em animais ou permitem que fornecedores o façam, para poderem alegar que não os realizam. As grandes marcas de cosméticos convencionais também adotam a tática de testarem os produtos em animais em alguns países e em outros não. Marcas que exportam para a China devem obrigatoriamente realizar testes em animais. 
Portanto, mais uma vez, é melhor ficar atenta aos rótulos, considerando produtos que tenham ambas as características, ou seja, sejam veganos e cruelty free ao mesmo tempo. 
E o assunto é sério: a cada ano estima-se que morrem mais de 450 milhões de animais usados em testes em todo o mundo, sendo que há alternativas seguras de testes sem o uso dos bichinhos. 
No estado da Califórnia entrou em vigor uma de janeiro de 2020 que coloca o estado como o primeiro dos EUA a proibir a venda de cosméticos testados em animais. No Brasil, há o projeto de lei 70/2014 em tramitação no que visa a proibição de testes em animais para cosméticos e produtos de higiene humana, válida em todo o território nacional. A ementa ainda impede a importação e a comercialização de produtos de marcas que conduzem testes em animais. 
Vale a pena acompanhar o trabalho da PEA (Projeto Esperança Animal) e do PETA, que listam as marcas nessa categoria e também aquelas que ainda não estão. 

PRODUTOS ARTESANAIS 
O produto artesanal é aquele feito em casa, diretamente do produtor, em pequena escala de produção. Ele prioriza ingredientes naturais, produz o mínimo de lixo possível e usualmente o preço é justo. É uma ótima alternativa quando você conhece bem o seu tipo de pele e o que te faz bem. 
No entanto, não são produtos regulamentados pela Anvisa, sendo importante, então, saber a procedência da marca e como o item é produzido. Como os cosméticos artesanais não são avaliados também pelas certificadoras particulares, é preciso prestar muita atenção aos rótulos, identificando se são itens veganos ou orgânicos, por exemplo, e se durante o processo produtivo pode haver contaminação por alguma matéria prima a que você tenha alergia. Por exemplo, se são usados os mesmos utensílios para todas as matérias primas, quem tem alergias a alguns materiais pode ficar mais exposto por causa de contaminação cruzada. 
Uma outra característica, justamente por utilizar o mínimo de ingredientes químicos, é que eles possuem um prazo de validade menor. 

BIODINÂMICOS 
A categoria dos produtos biodinâmicos vem ganhando cada vez mais força e destaque. Os biodinâmicos são cosméticos produzidos a partir de uma mescla de conhecimentos de química natural, geologia e astronomia. Esses conhecimentos de geologia e astronomia envolvem, por exemplo, estudos como o das estações do ano, seus impactos na colheita, das fases da lua, bem como análises de ciclos naturais das plantas. A proposta também prioriza utilização de insumos orgânicos e excluem o uso de produtos químicos artificiais na produção. 

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